SOBRE A APRECIAÇÃO
Neste artigo de 1994, o Professor Bryan Ronald Wilson descreve brevemente a história da apostasia — por exemplo, nas Igrejas Católica Romana e Cristã Protestante — como um meio para comparar e contrastar a compreensão de apostasia com respeito aos novos movimentos religiosos. De acordo com o Dr. Wilson, os apóstatas (ex-membros) dos novos movimentos religiosos devem ser vistos com suspeita pelos académicos e pontos de venda dos mass media. «O apóstata», explica ele, «geralmente tem necessidade de se justificar. Ele procura reconstruir o seu próprio passado para justificar as suas afiliações anteriores e para culpar aqueles que anteriormente foram os seus companheiros mais íntimos. Não é raro que o apóstata aprenda a ensaiar uma “história atroz” para explicar como é que, através de manipulação, embuste, coerção ou engano, ele foi induzido a ingressar ou a permanecer numa organização que ele agora esconjura e condena. Apóstatas, sensacionalizados pela imprensa, às vezes procuram ganhar dinheiro à custa de relatos das suas experiências em artigos vendidos aos jornais ou reproduzidos como livros (por vezes da autoria de escritores “fantasma”). [...] Nem o pesquisador sociológico objetivo nem o tribunal judicial podem facilmente considerar o apóstata como fonte segura ou credível de evidência», conclui o Dr. Wilson. «Como várias instâncias têm indicado, é provável que ele seja sugestionável e esteja disposto a ampliar ou embelezar as suas queixas de modo a satisfazer essa espécie de jornalista que está mais interessado em matéria sensacional do que numa declaração objetiva da verdade.»
BIOGRAFIA
Bryan Ronald Wilson, Ph.D., (1926–2004) foi o leitor emérito em sociologia, na Universidade de Oxford. De 1963 a 1993, foi também Membro do All Souls College e em 1993 foi eleito Membro Emérito. Durante mais de cinquenta anos conduziu pesquisa em movimentos religiosos minoritários em Inglaterra e no exterior (nos Estados Unidos, Gana, Quénia, Bélgica e Japão, entre outros locais). O Dr. Wilson recebeu o seu doutorado em sociologia da London School of Economics em 1955, escreveu dúzias de artigos, e escreveu ou editor dúzias de livros, incluindo: Seitas e Sociedade: a Sociologia de Três Grupos Religiosos na Grã-Bretanha, («Sects and Society: the Sociology of Three Religious Groups in Britain») (1961); Patterns of Sectarianism (Padrões de Sectarismo) (editado, 1967); Religious Sects (Seitas Religiosas), (1970, também publicado em francês, alemão, espanhol, sueco e japonês); Magic and the Millennium (A Magia e o Milénio) (editado, 1981); Contemporary Transformations of Religion (Transformações Contemporâneas da Religião) (1976, também publicado na tradução em italiano e japonês); The Social Impact of New Religious Movements (O Impacto Social de Novos Movimentos Religiosos) (editado, 1981); Religion in Sociological Perspective (A Religião numa Perspetiva Sociológica) (1982); The Social Dimensions of Sectarianism (As Dimensões Sociais de Sectarismo) (1990); e A Time to Chant: the Soka Gakki Buddhists in Britain (Um Momento para o Cântico: Os Budistas Soka Gakkai na Bretanha) (1994). Em 1984, a Universidade de Oxford reconheceu o valor da sua obra publicada conferindo-lhe o grau de Doutor em Literatura. Em 1992, na Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, conferiu-lhe o grau de Doutor Honoris Causa. Em 1994, ele foi eleito Membro da Academia Britânica.