III.
UMA ANÁLISE DE SCIENTOLOGY
COMO UMA ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA

III.I. A Scientology satisfaz a Definição de Qualquer Tradição Religiosa

Muitos estudiosos no campo de Estudos Religiosos definem religião em termos meramente funcionais. As duas definições académicas de religião mais amplamente aceites nesta vertente talvez sejam a do filósofo Paul Tillich que descreve a religião como «o estado de ser agarrado por um interesse supremo» e a caracterização de religião do historiador americano Frederick J. Streng como «um meio de transformação suprema.» Para tais abordagens, qualquer interesse que qualifique todos os outros interesses como preliminares ou qualquer poder que transforme uma pessoa no seu âmago pode ser considerado como tendo um significado e propósito essencialmente religioso. Estas abordagens funcionais à definição académica de religião são bastante semelhantes à definição legal da religião estabelecida em Seeger versus Estados Unidos, 380 U.S.163 (1965), que estipula que «a crença e o treino religioso incluem e abrangem aquelas crenças significativas e sinceras que ocupam na vida um lugar paralelo ao preenchido pela crença ortodoxa num Ser Supremo».

Apesar de apreciar a utilidade académica e correção legal dessas abordagens funcionais da religião, os meus propósitos académicos são mais bem servidos por uma definição de religião um tanto mais restrita. À semelhança da abordagem de muitos outros estudiosos no campo dos Estudos Religiosos, eu defino religião substancialmente como qualquer sistema de crenças e práticas que afirme alinhar indivíduos e comunidades com a base transcendente da sua existência. Todos os elementos desta definição são importantes porque apontam para aspetos indispensáveis e importantes de todas as tradições religiosas organizadas. Todas as religiões são um sistema de crenças e práticas. Uma religião proporciona uma maneira de compreender e envolver o mundo em todo o seu mistério e significado. Todas as religiões sustentam e apoiam indivíduos e comunidades. Uma religião liga o indivíduo a uma comunidade de pessoas que pensam e agem do mesmo modo. O mais importante de tudo é que todas as religiões estão enraizadas numa base transcendente. Por «base transcendente» refiro-me à distinção que as religiões tipicamente fazem entre o mundo comum e aquele ser extraordinário ou força que unifica e completa o mundo comum. As religiões muitas vezes referem-se a esta base transcendente como o Sagrado, o Divino ou o Infinito, atribuindo-lhe nomes tais como Deus, Alá ou Brahman. Mas independentemente do nome e explicação, todas as religiões reivindicam alguma realidade suprema que responde às questões de vida-e-morte da existência humana. A marca que distingue todas e cada uma destas religiões é uma relação com esta realidade suprema.

A Scientology satisfaz, sem dúvida, as definições tanto funcionais como legais de religião como «um estado de interesse supremo» ou como «um meio de transformação suprema». Mas a Scientology satisfaz com a mesma certeza a definição académica mais restrita de religião por mim proposta. A Scientology apresenta um sistema de crenças e práticas que afirma alinhar indivíduos e comunidades com a base transcendente de toda a existência. Mais precisamente, a Scientology satisfaz o teste sine qua non de qualquer religião, uma vez que afirma a realidade de uma base transcendente da existência humana e compreende este fundamento transcendente de modo totalmente espiritual.

Os Scientologists veem a vida humana dirigida para a sobrevivência através de oito dinâmicas, ou propósitos. Eles representam estas oito dinâmicas interativas como círculos concêntricos, em que a primeira dinâmica de existência individual é sucessivamente cercada e apoiada por dinâmicas mais abrangentes da existência comunal e espiritual.

Os Scientologists veem a vida humana dirigida para a sobrevivência através de oito dinâmicas, ou propósitos. Eles representam estas oito dinâmicas interativas como círculos concêntricos, em que a primeira dinâmica de existência individual é sucessivamente cercada e apoiada por dinâmicas mais abrangentes da existência comunal e espiritual. Assim, a existência através de cada dinâmica participa e aponta para a origem e destino espirituais supremos da vida. A primeira dinâmica é o impulso para a sobrevivência através da existência do indivíduo; a segunda dinâmica o impulso para a sobrevivência através da vida familiar; a terceira dinâmica, o impulso para a sobrevivência através de grupos; a quarta dinâmica o impulso para a sobrevivência através da raça humana; a quinta dinâmica o impulso para a sobrevivência através de todas as formas de vida; a sexta dinâmica o impulso para a sobrevivência através do universo físico; a sétima dinâmica o impulso para a sobrevivência através do universo espiritual e a oitava dinâmica o impulso para a sobrevivência através de um Ser Supremo ou como Infinito. Assim, enquanto as primeiras seis dinâmicas se ocupam principalmente do bem-estar espiritual na vida quotidiana do mundo, as sétima e oitava dinâmicas unem estes planos da existência quotidiana a dimensões espirituais de realidade que transcendem, radicalmente, o quotidiano social e físico do mundo.

A sétima dinâmica de Scientology afirma uma dimensão espiritual da existência que transcende radicalmente o corpo físico e o mundo material. Como tal, esta visão do homem como um ser espiritual tem afinidades com o Atman imperecível do hinduísmo e a alma imortal do cristianismo. Para Scientology, a pessoa real não é o corpo, e muito menos as coisas usadas para o adornar e prolongar a vida corporal. A pessoa real é um ser espiritual inerentemente bom que usa o corpo físico e o mundo material. Os Scientologists chamam «thetan» a este ser espiritual imortal. Idealmente, quando está a operar em pleno, o thetan tem capacidades ilimitadas de conhecimento e poder. No entanto, o thetan não pode operar completa e livremente como «causa» desta forma até que tenha sido libertado de bloqueios mentais e respetivos efeitos secundários físicos e psicológicos nocivos que foram acumulados ao longo de muitas vidas passadas de existência encarnada. Estes bloqueios mentais, a que os Scientologists chamam engramas, têm de ser apagados antes que o thetan possa recuperar a sua força criativa e sabedoria. Este processo de apagar engramas, que em Scientology se chama Clearing (Aclaramento), foi descoberto e aperfeiçoado pelo Sr. Hubbard na tecnologia de cura espiritual de Dianetics e na filosofia religiosa aplicada de Scientology.

A oitava dinâmica de Scientology afirma um contexto espiritual de vida que transcende radicalmente o «eu» empírico e o universo físico. Os Scientologists têm relutância em reivindicar total controlo tecnológico e compreensão filosófica deste nível de espiritualidade mais alto. Mas tal relutância tem um lugar de honra nas religiões do mundo. Os antigos escrivães judeus não se atreviam a escrever o nome de Deus por reverência perante a sua «glória shekinah». O teólogo cristão medieval só falou de Deus pelo «caminho da negação» em reconhecimento da transcendência da Alteridade de Deus. Os antigos sábios chineses insistiam que «o Tao que pode ser concebido não é o verdadeiro Tao». Os místicos medievais indianos dirigiam-se à Realidade Suprema como «Aquele perante quem todas as palavras recuam». A Scientology evoca esta mesma modéstia religiosa consagrada pelo tempo quando afirma, claramente, mas não explica totalmente que os indivíduos, em última análise, sobrevivem «através de um Ser Supremo» ou «como Infinito».

III.II. A Scientology Exibe as Dimensões
de Qualquer Comunidade Religiosa

Todas as religiões são uma busca da salvação. Na verdade, em primeiro lugar, a necessidade de uma religião surge do reconhecimento de que as coisas não estão bem no mundo humano. Todos os seres humanos vivem sob uma sentença de morte que ameaça fazer de tudo um fracasso total. Os ideais culturais e as instituições sociais poderão reforçar o ser e valor do indivíduo, mas não universal e eternamente. As causas que os seres humanos abraçam falham todas. Os impérios que os seres humanos constroem caem todos. Porém todas as religiões prometem um caminho através ou à volta da desordem e destruição que parece assombrar toda a vida humana. As religiões do mundo diferem entre si quanto ao «caminho», se é uma tarefa individual ou um empreendimento comunal, uma realização humana ou divina, uma recompensa terrestre ou celestial. Mas todas as religiões prometem salvar da morte e sobre a morte a todos aqueles que aprendem as lições espirituais e dominam as formas de vida espirituais.

A salvação não se limita a um triunfo final sobre a morte nalgum outro mundo ou vida futura. As religiões oferecem salvação da confusão mental, do sofrimento físico e do caos moral que perturbam a vida humana neste mundo e nesta vida. Tipicamente, as religiões prometem o poder e proporcionam os meios para lidar com todas as situações marginais da vida. As religiões oferecem força e conforto às pessoas que são levadas ao limite das suas capacidades analíticas, resistência física e discernimento moral. Em suma, as religiões são feitas para carregar os «picos de carga» de confusão, sofrimento e perversidade humana.

A Scientology não só promete uma solução para a morte mas também proporciona uma forma de superar a confusão, o sofrimento e a perversidade humana. [...] Para os Scientologists, estes problemas que afetam a raça humana são fundamentalmente espirituais e não meramente físicos ou mentais.

Como outras religiões, a Scientology não só promete uma solução para a morte mas também proporciona uma forma de superar a confusão, o sofrimento e a perversidade humana. Uma definição padrão de Scientology, que aparece na guarda da maioria das suas publicações, aborda diretamente estas três ameaças supremas ao bem-estar: «A Scientology é uma tecnologia e filosofia religiosa aplicada que resolve problemas do espírito, da vida e do pensamento.» Para os Scientologists, estes problemas que afetam a raça humana são fundamentalmente espirituais e não meramente físicos ou mentais. O espírito ou, mais propriamente, o thetan tem uma falha subjacente que enfraquece o corpo e obscurece a mente. Mas a Scientology promete uma forma de libertar o thetan das memórias subconscientes daquelas catástrofes que ele sofreu em vidas passadas e das debilidades que ele sofreu nesta vida que lhe ofuscam a consciência e paralisam as capacidades. Assim, a Scientology prossegue o objetivo pessoal de limpar todas as aberrações da mente humana, do corpo e do espírito.

Tal como as outras religiões, Scientology é uma busca da salvação, que abrange a vida num «mundo» que há de vir assim como a vida neste mundo. A busca da Scientology centra-se no processo de aconselhamento espiritual chamado audição — um processo que tem semelhanças com as técnicas confessionais do ocidente e com as técnicas de meditação do oriente. A audição limpa e centra a vida interior do thetan. Os primeiros estádios de audição lidam principalmente com as dinâmicas espirituais da vida individual, familiar social e histórica e destinam-se a produzir seres humanos saudáveis e felizes. Os estádios seguintes de audição aprofundam a consciência e capacidade espiritual do indivíduo, libertando finalmente o thetan de toda a dependência do corpo físico e do universo material. Em suma, a Scientology mantém a promessa de felicidade nesta vida e de imortalidade para todos aqueles que sobem a sua «Ponte para a Liberdade Total».

Finalmente, os Scientologists não limitam as promessas de bem-estar espiritual alcançado através do Clearing (Aclaramento) ao indivíduo isolado. O propósito supremo da técnica espiritual de audição é «Aclarar o planeta», criando assim uma condição espiritual de benevolência universal e paz perpétua. A Scientology afirma ter na audição a «tecnologia espiritual» para remover as causas espirituais subjacentes a toda a hostilidade e preconceito, a toda a desigualdade e injustiça, a toda a guerra e exploração. Só quando o planeta estiver aclarado deste modo é que os seres humanos alcançarão uma «civilização sem insanidade, sem criminosos e sem guerra».

III.III. A Scientology Exibe as Dimensões de Qualquer Comunidade Religiosa

Conforme demonstrado pelo que acima foi dito, a religião não é um assunto meramente privado. A religião é um fenómeno histórico e social, apesar do facto de as religiões terem origem e lar no coração humano. A experiência religiosa individual brota de uma comunidade religiosa que conserva e comunica essa religião de pessoa para pessoa e de uma geração para a seguinte. Como tal, cada comunidade religiosa está organizada em torno de quatro dimensões distintas e inter-relacionadas. Refletindo o facto de uma tradição religiosa ter aspetos teóricos e práticos bem como individuais e sociais, as comunidades religiosas estão estruturadas como um sistema de crenças religiosas, práticas religiosas, instituições religiosas e líderes religiosos.

Como todas as religiões, a Scientology afirma um corpo próprio de crenças religiosas. Os Scientologists assimilam estas crenças através do estudo intensivo, individual e de grupo, dos escritos filosóficos, técnicos, éticos e de fé de L. Ron Hubbard. De facto, estes escritos fornecem a fonte oficial às crenças religiosas de Scientology . Assim, os escritos do Sr. Hubbard funcionam como uma escritura sagrada, possuindo para Scientology a mesma autoridade que a Bíblia para os cristãos, a Torá para os judeus, o Alcorão para os muçulmanos, o Livro dos Mórmons para a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ou a Ciência e Saúde com as Chaves para as Escrituras para a Igreja da Ciência Cristã. Como tal, o Sr. Hubbard é considerado o fundador de Scientology do mesmo modo que Maomé é considerado o fundador do islamismo ou Joseph Smith é considerado o fundador do mormonismo.

A Scientology mantém um corpo distinto de crenças religiosas. Os Scientologists assimilam estas crenças através do estudo intensivo, individual e de grupo, dos escritos filosóficos, técnicos, éticos e de fé de L. Ron Hubbard.

Como outras religiões, a Scientology mantém um corpo distinto de práticas religiosas. Os Scientologists celebram os ritos de casamento, batismo e funeral de acordo com as cerimónias da Igreja de Scientology. Mas o coração da vida religiosa de Scientology são as práticas de audição espiritual e treino. A audição e o treino constituem os dois lados da Ponte de Scientology para a Liberdade Total. A audição de Scientology, que tem algumas semelhanças com a confissão cristã e a meditação budista, não é apenas outra versão de aconselhamento psicológico ou de tratamento psicanalítico. A audição é a forma espiritual através da qual os thetans são «aclarados» dos seus «engramas» — são libertados das armadilhas que obscurecem a mente e enfraquecem o corpo. Este processo de «clearing» (aclaramento) ocorre em etapas sequenciais. Cada um dos estádios de audição alcança níveis espirituais sempre mais altos de consciência e capacidade espiritual. De facto, quando tiverem sido aclarados indivíduos em número suficiente, todo o planeta tem possibilidade de também ser aclarado. De acordo com estes objetivos individuais e coletivos da audição, os Scientologists também estão envolvidos na sagrada missão de espalhar a mensagem de Scientology e de fornecer audição a outros. Tal como outras religiões missionárias, como o budismo, o cristianismo e o islamismo, a Scientology procura espalhar a sua mensagem e meio de salvação em todo o mundo e com o tempo através do universo. O treino de Scientology é absolutamente essencial para a realização dessa missão mundial, além de ser essencial para o esclarecimento espiritual do próprio seguidor. O treino envolve estudo intensivo e supervisionado dos escritos, conferências e filmes de L. Ron Hubbard. Tal como a audição, os cursos de treino ocorrem numa sequência de passos que estão concebidos para aprofundar o esclarecimento espiritual e desenvolver a técnica de audição. Finalmente, apenas um Scientologist auditado e treinado possui a tecnologia espiritual para orientar outras pessoas através da Ponte da Liberdade Total.

Como todas as religiões, a Scientology desenvolveu estruturas sociais especializadas e liderança para servir os seus membros e espalhar a sua mensagem. A Scientology é uma comunidade religiosa voluntária que está organizada formalmente à volta de atividades religiosas altamente diferenciadas sob controlos rigorosamente hierárquicos. Os serviços religiosos de Scientology são fornecidos através de cinco tipos diferentes de centros religiosos, dependentes do nível de audição e treino disponível num determinado centro. Geralmente, as organizações de nível superior prestam todos os serviços oferecidos pelas missões e igrejas de nível inferior. As missões de Scientology entregam todas as «rotas para a Ponte», bem como audição nos «graus» inferiores até ao estado de Clear. As igrejas de Scientology, que também são chamadas Orgs (abreviatura de «Organizações») e estão localizadas nas principais cidades, oferecem todas as «rotas para a Ponte» bem como treino através de «Auditor Classe V Graduado» e audição até ao estado de «Clear». As Orgs Saint Hill e as Orgs Avançadas, que se encontram em Inglaterra, Los Angeles, Copenhaga e Sidney, são especializadas no treino de auditores e níveis intermédios de «OT» (Thetan Operante) até «OT V» inclusive. A Organização de Serviços de Flag de Scientology, em Clearwater, na Florida, presta todos os serviços até aos mais altos níveis de treino e audição até «OT VII» inclusive. Finalmente, só a Organização de Serviços do Navio de Flag presta o serviço do nível mais alto de audição, «OT VIII».

A estrutura hierárquica da Igreja de Scientology baseia-se em fundamentos religiosos e serve propósitos religiosos. A estrutura corporativa da Igreja foi concebida para alinhar e complementar a estrutura eclesiástica. A maior parte das organizações individuais são instituídas separadamente e operam sob a orientação e autoridade da Igreja de Scientology Internacional, a igreja mãe da religião que tem a seu cargo a disseminação e propagação da fé. O Religious Technology Center é o corpo responsável por manter a «pureza» da filosofia religiosa aplicada de Scientology e da tecnologia da cura espiritual. Ao duplicar um modelo corporativo, a Igreja de Scientology reflete as instituições sociais dominantes da sua sociedade, como a Igreja Católica Romana refletiu as aristocracias feudais da cultura medieval e as congregações protestantes refletiram as democracias capitalistas da cultura moderna. Porém a forma específica que uma determinada religião assume é claramente separável dos propósitos religiosos distintos que ela serve.

A liderança na Igreja de Scientology é baseada na visão religiosa dominante e na autoridade de L. Ron Hubbard. Ao contrário de fundadores de religiões tão antigos como Buda e Jesus, o Sr. Hubbard não é objeto de culto religioso entre os Scientologists, apesar de lhe ser dedicada enorme admiração religiosa e afeição. Em vez disso, apenas a filosofia religiosa aplicada e a tecnologia de cura espiritual que ele descobriu e desenvolveu são revestidas de santidade. No entanto, os Scientologists veem o Sr. Hubbard como uma figura singular na história cósmica e humana, uma vez que foi ele quem sozinho encontrou um caminho através da morte e de todos esses «pedaços de morte» que roubam à vida a sua natural saúde e felicidade e a sua capacidade e consciência sobrenatural. De facto, os Scientologists acreditam que o seu fundador, que após a morte foi libertado das limitações do seu corpo e desta terra, está a continuar a sua conquista da vida «lá em cima no outro lado da Ponte».

A Scientology não desenvolveu toda a gama de especialistas religiosos que se encontra em tradições religiosas mais antigas. Não há lugar nem para «curandeiros» nem para «santos» e não há necessidade nem de «profetas» nem de «reformadores», de acordo com as crenças e práticas de Scientology. Mas os papéis gerais de «padre» e de «professor» foram firmemente estabelecidos, embora os Scientologists se refiram a estes funcionários religiosos como ministros e como staff da Igreja de Scientology. Os ministros de Scientology são devidamente ordenados pela Igreja após completação de um curso de estudo prescrito e de um estágio e, como ministros ordenados, eles estão especialmente autorizados a realizar serviços dominicais, casamentos, batizados e funerais, bem como a prestar os serviços apropriados de audição espiritual e treino. Os membros de staff de Scientology são treinados para uma variedade de papéis especializados de ensino e gestão nos vários níveis e ramos das organizações da igreja. Alguns ministros e staff de Scientology pertencem, além disso, a uma ordem religiosa especial, chamada Organização do Mar, cujos membros contratam servir durante mil milhões de anos e que trabalham juntos para manter as Missões e Igrejas de Scientology a fazer avançar indivíduos pela Ponte, promovendo deste modo o objetivo da Igreja de aclarar este planeta e, com o tempo, o universo. Finalmente, a Scientology também espalha as suas crenças e práticas através de um laicado altamente dedicado e treinado que também pode entregar audição espiritual e níveis apropriados de Scientology ao público.

III.IV. Conclusão

Como consequência do meu treino profissional e da investigação académica resumida acima, estou convencido de que a Scientology é uma religião em todos os sentidos da palavra. De facto, as formas espirituais e os corpos institucionais de Scientology são distintos, como convém a uma religião nova que procura combinar a espiritualidade de religiões orientais e a historicidade de religiões ocidentais num movimento «pan-confessional» que respeita outras tradições religiosas ao mesmo tempo que as transcende. Mesmo assim, a Scientology satisfaz claramente a definição académica de qualquer tradição religiosa, prossegue claramente os objetivos de qualquer busca religiosa e exibe claramente as dimensões de qualquer comunidade religiosa.

Scientology cumpre claramente a definição académica de qualquer tradição religiosa, segue claramente os objetivos de qualquer busca religiosa e exibe claramente as dimensões de qualquer comunidade religiosa.

IV. Uma Análise de Scientology como uma Comunidade de Culto
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